NÃO É IMPOSSÍVEL TER TERREMOTOS INTENSOS NO BRASIL

O terremoto de 7 graus no Haiti deixou o mundo ressabiado. E, aqui no Brasil, já é certo - existe, sim, terremoto. Só que nenhum dessa magnitude aconteceu no País. Mas não se pode afirmar que estamos imunes. A probabilidade de ocorrer um tremor tão forte assim é pequena, avisam os especialistas. Quase a mesma chance de ganhar sozinho na megassena. Mas essa possibilidade não deve ser desconsiderada (basta lembrar que há quem ganhe sozinho na loteria).

O professor Marcelo Assumpção alerta que ``geologicamente não é impossível`` termos um terremoto com magnitude 7, já que, no Brasil, há falhas com comprimento de dezenas de quilômetros que poderiam se movimentar com magnitude próximo de 7. ``No entanto, no Haiti terremotos de magnitude 7 ocorrem uma vez a cada 100 anos, ao passo que no Brasil possivelmente seria uma vez a cada 1.000 anos ou até mais``, compara.

George Sand, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), também garante que a possibilidade é rara de haver terremotos tão fortes no Brasil, mas que não pode ser descartada. ``Eu digo até que possa acontecer um dia, mas talvez eu nem esteja vivo, nem meu filho, nem meu neto. Nas zonas que são limites de placa tectônica, vai acontecer terremoto um dia``, informa.

Aderson Farias do Nascimento, pesquisador da UFRN, lembra os tremores no Ceará. Em Irauçuba, em 1980, houve um com magnitude 5,2. A cidade de João Câmara, no Rio Grande do Norte, também já registrou terremotos com grau próximo a esse de Irauçuba. O professor Joaquim Ferreira, da UFRN, lista as áreas do Ceará mais ativas na área sismológica. A principal faz parte da borda da Bacia Potiguar, que compreende o Rio Grande do Norte até a parte leste do Ceará. É a área mais ativa do Brasil. Isto é, onde há mais tremores.

Outra parte com muitos terremotos é a região de Cascavel, onde são registrados abalos há mais de 16 anos. A Zona Norte do Estado foi a que surpreendeu os pesquisadores em 2008, quando passou a ter abalos sísmicos mais frequentes e mais fortes. Inclui as cidades de Sobral, Alcântaras e Meruoca, principalmente.

Fonte: Jornal O Povo